Irmã Maria Dalva Rodrigues da Costa

1660 foi um ano de grandes lutos para a Família Vicentina. O Pe. Antoine Portail, primeiro Coirmão de São Vicente de Paulo e primeiro Diretor das Filhas da Caridade, morreu em fevereiro. Santa Luísa de Marillac, sua colaboradora e amiga, morreu em março. Ele mesmo morrerá em setembro. Embora o nome e a imagem de São Vicente fossem universalmente reconhecidos, já no século XVII, o nome e a imagem de Santa Luísa parecem apagar-se completamente. Só em 1933 ela sairá definitivamente da sombra de São Vicente, para retomar seu lugar ao lado dele, não só como Fundadora das Filhas da Caridade, mas ainda como uma mulher de hoje. Por suas ações e suas palavras, foi capaz de despertar em cada um, em cada uma de nós, o conhecimento de seu próprio valor. Quem foi Luísa de Marillac no século XVII? Em maio de 1629, São Vicente de Paulo envia a jovem viúva que tinha encontrado uns anos antes, para que vá visitar as Confrarias de Caridade, que tinham começado tão bem mas que, depois de um tempo, p...

Sabemos que Santa Luisa foi uma mulher coerente; tudo o que ensinou, ela primeiro viveu. Podemos ter certeza de sua autenticidade pelas Conferências que São Vicente de Paulo fez sabre suas virtudes. Lá encontraremos belas exortações e exemplo de uma vida Toda doada a Deus para o serviço dos pobres: Quais das virtudes de Santa Luisa já fazem parte da minha vida? · “Era uma alma de grande vida interior. · Vivia muito na presença de Deus. · Quando estava sozinha, punha-se em Oração. · Desejava conservar na Companhia o espírito de humildade e de pobreza. Com freqüência dizia: Somos servas dos pobres, portanto, temos que ser mais pobre do que eles. · Tinha o hábito de louvar a Deus em todas as coisas. · Era de uma admirável humildade. · Amava muito os pobres e os servia com visível prazer. · Nunca ninguém ouvia queixar-se durante as suas doenças, mas pelo contrário. mantinha-se sempre contente e alegre. · Tinha grande ternur...

Santa Luisa de Marillac, um exemplo de amor e de dedicação no serviço dos pobres. Que ela nos ajude a trabalhar na construção de uma sociedade mais justa, humana e fraterna.

Para Luisa, o amor de Deus não se limita a uma pura experiência espiritual, por mais intensa que ela seja, mas ele deve tomar corpo em um engajamento concreto em favor da dignidade, da promoção dos homens. O serviço dos pobres é a resposta ao amor de Deus que convida a continuar a obra de amor de Jesus Cristo sobre a terra. Agora Luisa sabe que Deus lhe chama para doar sua vida contemplando-o, amando-o e servindo-o na pessoa dos pobres. É Jesus Cristo presente na Eucaristia, no Evangelho, na oração, nos pobres que lhe dará a força para amá-lo e servi-lo. O encontro com as situações de pobreza, seja material ou espiritual, é sentido como um apelo de Deus a agir para lhe encontrar e lhe servir lá onde elle está presente. Com este imenso desejo de Deus de encontrar o homem até em sua pobreza, Luisa de Marillac se consagra ao Cristo para lhe servir na pessoa dos pobres, qualquer que ele seja. O serviço corporal e espiritual dos pobres vem como que para prolongar a Encarnação e ...

Para Luisa de Marillac foi preciso esperar 10 anos antes de ver a realização de sua visão de Pentecostes de 1623. Estes 10 anos foram 10 anos de formação na escola vicentina, anos bem necessários para que Luisa estivesse pronta para realizar sua grande obra criativa e reformadora.

É dentro de uma lógica de amor, de intimidade com Deus, de pertença definitiva a Deus que nos torna livre, que vai se inscrever a resposta livre de Luisa de Marillac a esta vontade amorosa de Deus. E neste caminho, onde ela não estará sozinha, o Espírito Santo vai lhe acompanhar.

Virtudes de Santa Luisa de Marillac Após a morte de Santa Luisa, São Vicente reuniu as Irmãs no dia 03.07.1660 E fez uma conferência sobre as virtudes de Santa Luisa. São Vicente pergunta às Irmãs: O que vistes em Santa Luisa nestes 38 anos que a conhecestes? As respostas das Irmãs foram as mais singelas e simples, todas brotadas do testemunho diário e da convivência, com Santa Luisa demonstradas nos gestos de delicadeza, no respeito, na sabedoria, na vida de oração e intimidade com a Trindade e Maria. A primeira razão de falar sobre Luisa, é a obrigação que temos de dar graças a Deus, por tê-la conhecido, e por estar à frente de nossa Comunidade e em nosso meio. Tinha sempre o espírito elevado a Deus, nas contrariedades e na doença, nunca se ouviu uma queixa de seus lábios, mantinha-se sempre serena e alegre. Uma alma de grande vida interior. Amava muito os pobres e servia-os com visível prazer. A caridade para com todos era notável, principalmente com os doentes. Visitav...